O Berço da Crença
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Todos podem ascender
Ao cume do conhecimento,
Escalar penhascos de ignorância,
Mesmo que se sintam amarrados
Pela doença, pelo medo!
Eu sou do tempo
Em que testemunhei um milagre:
Um homem destinado a morrer cedo
Contornou todas as expectativas,
Ludibriou o Anjo da Morte
Que só o encontrou meio século depois,
E só a sua vontade bastou
Para que alcançasse o Cosmos!
Não precisou de uma nave espacial
Nem sequer de uma fortuna colossal!
O seu rosto sugado pela deformação
Metaforizava as limitações seculares,
Mas a sua mente era um museu
Digno de ser visitado por um Einstein,
E ele, que nem se achava profeta,
Abria todos os dias as suas portas
Guiava os visitantes até às verdades
Ocultadas pelo tempo,
Mesmo que a sua cadeira de rodas
Tentasse desautorizar o seu génio!
Mas um dia, teve de partir,
O seu museu perderia o seu guia,
Mas ganharia milhares de seguidores
Para uma nova moral corajosa
Em que desistir não é opção
Porque é no berço da crença
Que a mente ganha asas
E nos leva até aos confins do Universo!
Dedicado a Stephen Hawking
Físico e Cosmólogo Britânico (1942-2018)
Imagem retirada de: http://www.newsweek.com/big-bang-stephen-hawking-origin-universe-608104
Paul E. Alers/NASA via Getty Images
Nota Adicional para uma melhor compreensão do poema: Aos 21 anos, foi-lhe diagnosticada uma esclerose lateral amiotrófica. Deram-lhe apenas três anos de vida. Mas viveu muito mais do que isso, viveu mais de cinquenta anos ainda, visto que acabaria por falecer com 76 anos, no dia 14 de Março de 2018, isto é, no exacto dia e mês em que Einstein nascera em 1879.
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