Armas Corrompidas
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Nunca idolatrei o culto das armas
Nem quero ser peão do ódio,
Mas respeito qualquer exército
Que zele pelo seu povo!
Cada soldado que sirva os pobres
Será um herói nacional,
Mas quando omite a sua missão
Por interesses políticos
Ou obscuridades proveitosas
Torna-se num cadáver andante
Escudeiro do embuste supremo
Fuzileiro contra a fraternidade!
E o povo,
Inocente e oprimido,
Sente a fome de direitos
A sede de justiça
Porque ninguém partilha a sua dor!
Crianças, não desistam da alegria
Mesmo que o pão escasseie em casa!
Idosos, se não tiverem camas
Preservem ao menos o vosso tecto
E não percam a esperança!
Pais, trabalhem até à exaustão
Até que as forças vos abandonem!
Os que se recusam a proteger-vos
Não são certamente soldados
Mesmo que trajem dessa forma.
As suas almas são predadoras,
O seu compromisso social é nulo,
A sua lealdade é ao Deus das Sombras,
E na verdade,
Só se fazem respeitar,
Não pelo mérito e amor do povo,
Mas pelo chumbo das armas corrompidas!
Imagem nº 1 - A crise política/social na Venezuela. Exército reprime manifestantes.
Retirada algures do Google Imagens