A Cascata das Águas Furtadas
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
A Cascata que era a Deusa das águas furtadas
Evaporou-se diante do silêncio imperscrutável
Sobrando o penhasco das lágrimas derramadas
Dos que abriram o coração ao inalcançável!
O monte é árido e não faz rimar a primavera
Mas até lá peregrinam sonhadores e poetas
Vítimas do tempo, dessa negação que é severa
Quando a paixão os obriga a serem ascetas!
Antigamente, a queda de água sarava os amantes
Chovia sobre os seus pobres corações rejeitados
Inspirando-os a conquistar as musas distantes!
As almas renovavam-se, e os amores nasciam
Extinguiam-se egos, preconceitos e más energias
E a cascata seria a mãe virgem dos laços que os uniam.
Imagem retirada: https://partiupelomundo.com/como-ir-a-cascata-do-arado/
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