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Nesta página electrónica, encontrará poemas e textos de prosa (embora estes últimos em minoria) que visarão várias temáticas: o amor, a natureza, personalidades históricas, o estado social e político do país, a nostalgia, a tristeza, a ilusão, o bom humor...

sábado, 15 de agosto de 2015

Poema nº 112 - Nevoeiro Permanente


Nevoeiro Permanente
(Poema da autoria de Laurentino Piçarra)


Neste nevoeiro de paz minguante
Descortino a dúvida e a incerteza
Não sei se aguardo o sol triunfante
Ou se a chuva da torrencial tristeza!

Desconheço o futuro deste tempo
Que é-nos, no seu todo, indiferente!
Mas assisto ao bater das asas do vento
Ao voar das pombas e abutres do presente.

Chronos sente-se cansado e atordoado
Não sabe que caminho há-de seguir
Os deuses bem escutam as almas a carpir,
Porque o medo lhes foi, para já, sentenciado.

O anfiteatro está já com a lotação esgotada,
A luta entre o bem e o mal irá começar
Dum lado os leões que nos querem devorar,
Do outro, nós com uma esperança ilimitada!

Nesse dia, a neblina por fim se ocultará
A indefinição cessará com estrondo:
A luz irradiante do sol batalhará
Contra a escuridão deste mundo redondo!

Renascer ou desaparecer, vencer ou perder!
Não sabemos o que foi destinado à civilização
Mas empunhemos a espada com determinação:
Os maiores inimigos do bem haveremos de deter!







Notas extra - "Minguante" no sentido de declínio, diminuição da paz. Na mitologia grega, Chronos é o deus do Tempo e das Estações.

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