O Rouxinol do Povo
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Peleja a noite numa conjura
Onde a mentira é encoberta
Pelos capatazes da ditadura
Opressores da arte desperta!
O sangue evapora-se pelas ruas,
A mordaça é a mãe da indiferença
Que profere virtudes das falcatruas
E que furta ao povo a sua crença!
Mas por cada crime, nasce uma trova,
Por cada covarde, haverá um corajoso
Que coloca o regime do medo à prova!
Assim viveu o inigualável Zeca Afonso,
Trovador genuíno da audaciosa liberdade,
Rouxinol que eclipsou a agonia invernal!
Imagem retirada de: http://www.aja.pt/painel-de-azulejos-alusivo-a-jose-afonso/
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