Desmintam-me os deuses
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Desmintam-me os deuses
Se o teu vestido de turquesa
Não é cópia fiel do teu oceano
Onde te moves como uma ninfa
Beijando o pôr-do-sol no horizonte?!
Desmintam-me os deuses
Se essa tua coroa de flores
Onde depositas todas as proezas,
Não é a tua fiel companheira de viagem
Logo que sais do mar e abraças a terra?!
Desmintam-me os deuses
Se esses teus olhos verdes
Não reflectem o mais pacato bosque
Que visitas durante as tardes de neblina
Antes de adormeceres junto a um salgueiro?!
Desmintam-me os deuses
Se essas tuas vistosas saias
Não são antes o mundo a girar à volta,
Ou melhor, o meu próprio mundo
Onde morro por ti, e em ti?!
Desmintam-me os deuses
Se te iludo com a minha modéstia
Se te finto à verdade com poesia abstracta,
Ou se apenas sou um rochedo silencioso
Parte privilegiada do teu majestoso percurso?!
Imagem meramente exemplificativa retirada de Pinterest
(Créditos - Katerina Plotnikova)
Esta fotografia, embora sendo de uma mulher muito gira ou bonita, encontrava-se no domínio público do Pinterest, pelo que a utilizamos, citando a origem electrónica da foto e a sua respectiva publicadora. Tentámos encontrar pinturas ou retratos artísticos que se adaptassem a este poema (em vez de uma foto real), mas não foi possível.
ResponderEliminarDe qualquer das formas, saudamos a qualidade da foto e a beleza da mulher ali representada, o que ajuda a elevar ainda mais este nosso poema.