Conteúdos do Blog

Nesta página electrónica, encontrará poemas e textos de prosa (embora estes últimos em minoria) que visarão várias temáticas: o amor, a natureza, personalidades históricas, o estado social e político do país, a nostalgia, a tristeza, a ilusão, o bom humor...

domingo, 2 de abril de 2017

Poema nº 232 - A Varina de Ovar



A Varina de Ovar 
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)


Solta-se um palavrão carrancudo
E lá vai ela com o cesto na cabeça
Difundindo o odor do peixe miúdo
Que incentiva o cidadão à despesa!

A sua dança não é um dom artístico
Mas obedece ao jugo do equilíbrio 
Coreografia de um azulejo místico 
Grito de um pincel ao livre-arbítrio!

Proferem-se sardinhadas de palavras,
O freguês regateia o preço firmado
Mas a varina faz triunfar o seu fado!

E o mar perde-se no vasto horizonte,
Poupado à euforia do povo feirante
Mas criador da varina contagiante!





Imagem retirada algures da Internet (Google Imagens)
Azulejo presente na Estação Ferroviária de Ovar



Notas-Extra: Muitas varinas de Ovar fariam a sua vida em Lisboa, onde adquiriram maior visibilidade. O cesto que a varina leva na cabeça é conhecido tradicionalmente por canastra.

Sem comentários:

Enviar um comentário