A Varina de Ovar
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Solta-se um palavrão carrancudo
E lá vai ela com o cesto na cabeça
Difundindo o odor do peixe miúdo
Que incentiva o cidadão à despesa!
A sua dança não é um dom artístico
Mas obedece ao jugo do equilíbrio
Coreografia de um azulejo místico
Grito de um pincel ao livre-arbítrio!
Proferem-se sardinhadas de palavras,
O freguês regateia o preço firmado
Mas a varina faz triunfar o seu fado!
E o mar perde-se no vasto horizonte,
Poupado à euforia do povo feirante
Mas criador da varina contagiante!
Imagem retirada algures da Internet (Google Imagens)
Azulejo presente na Estação Ferroviária de Ovar
Notas-Extra: Muitas varinas de Ovar fariam a sua vida em Lisboa, onde adquiriram maior visibilidade. O cesto que a varina leva na cabeça é conhecido tradicionalmente por canastra.
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