Criança Adormecida
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Pergunto-me:
Porque deixei de ser criança?
Porque vendi a minha ingenuidade?
Porque abdiquei dos sonhos?
Cresci para ser alguém
Mas ser alguém não é ser criança,
Não é desfrutar da sua pureza
E do seu altruísmo incondicional.
Se pudesse ingerir uma poção mágica
Para regressar ao limbo da fantasia
Faria-o na crença da inocência eterna
E no cessar desta vida condicionada!
Rejuvenescido diante do tempo
Pintaria um vigoroso arco-íris
Para que este florisse o céu monótono,
E quando finalmente mergulhado
Nesse cortejo de cores,
Voltaria a sonhar
Voltaria a esboçar um sorriso,
Voltaria a ser eu mesmo
Sem segundas intenções
Exclusivas da era adulta!
Agora resta-me apenas ser pai um dia
Para voltar a fazer renascer
Parte dessa criança
Que ainda não morreu em mim,
Mas que jaze adormecida
À espera de ser acordada
Por uma outra alma infantil
Que partilha da mesma linguagem,
Do mesmo sentir genuíno!
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