A Presunção do Falso Devoto
(Poema da autoria de Laurentino Piçarra)
Lá vai o Idalécio à eucaristia:
Com uma fatiota extravagante,
Benzendo-se com água benta
Nesse seu caminhar elegante!
Só pode ser um "bom cristão"!
Diz ele que não tem pecados:
Toma logo a hóstia abençoada,
Ignorando do padre os recados
Para uma existência regrada.
Só pode ser um "bom cristão"!
O Idalécio é chefe de família
Mas alberga um rol de amantes:
Adúlteras de almejos errantes
Que o tornam mouco na homilia!
Só pode ser um "bom cristão"!
O devoto sovou a sua esposa,
E agora reza uma Avé Maria
Exibindo um olhar de raposa
Que veicula uma falsa empatia.
Só pode ser um "bom cristão"!
O Idalécio injuria a comunidade
Com o seu leque de difamações,
E finge na igreja uma caridade
Resumida a míseros tostões!
Só pode ser um "bom cristão"!
O padre enerva-se na missa
E denuncia os falsos crentes
Que vivem das aparências
E dos descaramentos latentes!
E, no final, até o Idalécio remata:
"Há tanta hipocrisia neste povo".
Imagem retirada de: http://renatovargens.blogspot.pt/2015/09/07-caracteristicas-de-uma-igreja-que.html
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