Aguda, meu mar de saudades
(Poema da autoria de Laurentino Piçarra)
Aguda,
As minhas lágrimas
São gotas da tua chuva:
São torrentes de nostalgia
Que vagueiam por entre as esquinas
Bastiões do teu perfume de maresia
Que amansam as agruras do espírito!
Na tua praia, repousam os barcos,
Esses fiéis servidores dos pescadores
Que nas mais adversas intempéries
Afrontam a fúria dos deuses helénicos!
Em ti, Aguda, rainha-mãe do heroísmo,
Renasce aquele espírito aventureiro ímpar
A sede de glória de Ulisses em alto mar,
A coragem de Antígona face à tirania,
A energia colossal de Hércules!
Oh! Aguda, eu por ti choro de saudades:
Pelas musas que ocultas nas tuas dunas,
Pelos imponentes castelos de areia que ergueste,
Pelos enigmas que só aos teus olhos são inteligíveis!
Quando estou deprimido, lembro-me das tuas ondas
Dos teus recantos paisagísticos, das tuas gentes,
Desse privilégio abençoado pela tua suprema sabedoria
Que seca as fontes de dor dos meus olhos
Dotando-me de um rejuvenescido sorriso solarengo!
Foto da autoria de Joaquim Oliveira (in Panoramio)
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