As Amoras da Aguda
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Aguda é uma aldeia de imensos sabores
Tem um bom peixe temperado pela maresia
Que atrai todo um universo de provadores.
Rendidos aos tesouros da sua gastronomia!
Junto à casa da minha avó, havia um terreno
Abandonado e envolto de densa vegetação
Onde jaziam amoreiras num profundo silêncio
Que namoravam lábios sedentos de tentação!
Cedendo aos desejos ingénuos de criança
Lá me aventuraria sozinho nesse ritual
Percorrendo os míticos trilhos e silvados.
Nesse santuário juvenil de doçaria selvagem
Sobressaíam amoras vermelhas e pretas,
Cenário belo, hoje transformado em miragem!
Imagem retirada da Internet - Google Imagens
Nota-Extra: Existia um pequeno terreno abandonado nas proximidades da casa da minha avó que vivia na Aguda. No meio da sua vegetação, perduravam amoras que faziam a delícia dos mais novos. Hoje, o terreno encontra-se ocupado com uma construção urbana, fazendo com que as amoras não passem agora de uma miragem, de algo que fez parte de um passado inesquecível, de uma juventude que já não se repetirá.
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