Pavões Lusitanos
(Soneto irregular da autoria de Laurentino Piçarra)
Na região onde vivo, há tantos pavões
Que propalam uma recorrente vaidade,
Iludindo o povo com fúteis distracções
Enquanto vagueiam pela ociosidade.
As penas multicolores que patenteiam
São arcos-íris de cores apagadas
Atalhos vis que nos desnorteiam
Apostas em directrizes fracassadas.
Esses pavões também têm muitos olhos
Não lhes faltará assim uma boa visão,
Visão essa que turvará a sabedoria popular.
Pelos vistos, adoram ser fotografados
Aparecer nos jornais com total distinção
Com sorrisos e andamentos refinados.
E agora perguntam-me: onde estão eles?
Eu nunca vi nenhum, mas sei que existem.
Pelo menos, há-os em todas as povoações.
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