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Nesta página electrónica, encontrará poemas e textos de prosa (embora estes últimos em minoria) que visarão várias temáticas: o amor, a natureza, personalidades históricas, o estado social e político do país, a nostalgia, a tristeza, a ilusão, o bom humor...

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Poema nº 214 - Vila de Frades, mecenas das artes


Vila de Frades, mecenas das artes
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)

Vila de Frades,
Em ti observo
Um copo de vinho de talha,
Uma miniatura de um soldado romano,
Um frade capucho a praticar caridade,
Uma musa árabe no alto de um outeiro,
Um Fialho a denunciar a podridão nacional!
Através da tua torre do relógio,
Redescubro o teu passado,
Sigo os teus ponteiros:
Descortino o afinco dos monges de São Cucufate
Que te atribuíram o primeiro foral!
Oh! Vejo os paços do teu concelho,
A azáfama junto ao pelourinho,
Onde carrascos impiedosos
Puniam os malfeitores!
A essa tua distinta ruralidade
Aditavas o teu povo genuíno e laborioso
Que vertia avalanches de suor
Em cada Verão asfixiante
Para no fim mendigar parcas esmolas!
Mas Vila de Frades não é filha do acaso,
Nem é bastarda de magnatas!
É sim uma terra talismã,
Um verdadeiro mecenato das artes,
Um berço das mais criativas pinturas murais
Que decoram os templos cristãos!
E a sua paisagem que habita nas vinhas
Não serve apenas para produzir uvas,
Dissemina também uma bênção singular
Talhada a inspirar poetas e pintores!
E eu que ali nasci para a escrita
Rendido ainda às calçadas da liberdade,
Por onde passaram um Conceição Silva
Ou até um Humberto Delgado,
Remato com o meu coração:
Vila de Frades não pode ser real,
Como é que uma terra tão pequena
Consegue concentrar todas as virtudes
Que parecem extraviadas deste mundo?





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