Cortina de fumo
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Dissipa-se mais um pedaço
Do meu coração platónico
Perante uma cortina de fumo
Que o cobre gradualmente.
O negro apodera-se do vermelho,
A indiferença vence a paixão,
E eu que sonhei beber dos teus lábios
Durante 1001 noites,
Regresso agora à realidade
Onde tu és um mero sonho
E eu, um Romeu sem Julieta,
Que viverei sem ti,
Assistindo ao martírio
Dos meus genuínos sentires!
Sei que não estás ao meu alcance
E por isso, descomprometo-me
A amar-te perdidamente
Porque sei que nunca me olharás
Como teu príncipe!
E como um dia não te verei mais,
Deixo-te um beijo suave no rosto,
Uma rosa fulgurante nas mãos
E um abraço nostálgico
Do tamanho do teu mundo,
Mundo singular esse...
Onde eu, vulgo figurante
Desse filme da tua vida,
Não estarei mais presente.
Imagem retirada algures do Google Imagens
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