A Ninfomaníaca
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Acometida por anseios selvagens,
Deixa-se saquear pelo inconsciente,
Cedendo às escaldantes miragens
Dum mundo que lhe é insuficiente!
É um vulcão em erupção permanente,
Não vê corações, apenas instrumentos
Que lhe saciem a infinita sede jazente
Por entre o abismo dos pensamentos!
Não há chuva que refreie a sua doença
Nem amigas que lhe corrijam o caminho,
Sobram apenas montes de indiferença!
E se o seu corpo é um terreno árido
Para os beduínos dos almejos carnais,
O seu coração é um deserto impróvido!
Imagem retirada de: http://www.chicpop.com.br/cinema
Nota-Extra: Quando utilizamos o termo "sede", referimo-nos, neste contexto em concreto, à "sede de fogo" visto que se trata de um vulcão sentimental em erupção.
Nota-Extra II - Não pretendemos de modo algum faltar ao respeito dos povos beduínos que vivem nos desertos. Exímios caçadores (dos melhores a nível mundial), mas também com provas dadas na poesia popular, modalidade cultural que sempre privilegiaram. No entanto, aqui usamos o termo "beduínos" no sentido figurado de "homens caçadores" que são transversais a todas as culturas (ocidental e oriental) e que não sabem valorizar a essência do amor. O termo beduínos é usado aqui apenas como uma metáfora, e não como alusão directa a um povo que merece o nosso respeito.
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