O Império Laboral Absolutista
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Não sei em que dia
O poder e a arrogância,
Dois generais ambiciosos,
Uniram as mãos
E marcharam juntos
Para oprimir os ingénuos
Que se achavam alojados
Nos arrabaldes da humildade.
Não o fizeram por acaso,
Tornaram-se narcisistas
Reprimiram a auto-estima
Dos que laboravam em paz,
E cobraram impostos,
Seja em forma de dinheiro,
Ou através de chicotes verbalizados!
Nesse Império Laboral,
Muitos obtiveram o reconhecimento
Após imensos sacrifícios
E com uma vassalagem inexcedível
À corte do poder
Renegando mesmo a verdade
Quando esta era incómoda.
Muitos subiram na hierarquia
Sabendo que já foram da plebe,
Esquecendo-se que saldaram tributos
E dos altos,
Para lá chegarem!
Mas quando o poder
Que tanto censuravam
Os convida para um banquete
Recheado de bolos e oportunidades
Lá vão eles,
Todos entusiasmados
E prontos a rebaixar a plebe,
As suas origens!
Querem ser diferentes,
A elite do poder força-os a tal:
Têm de vestir o manto caprichoso
Que a Arrogância utiliza diariamente!
É tudo um pacto de absolutismo laboral,
Alheio a qualquer foco de dor
Dos mais vulneráveis
E dirigido apenas para o capital,
O dinheiro,
Esse vil metal que é pai empenhado
Tanto do Poder como da Arrogância!
Imagem meramente exemplificativa retirada de: https://www.cartacapital.com.br/revista/960/o-poder-causa-dano-cerebral
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