A Casa do Passado
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Como rangem as portas rústicas
Do consulado da olvidada saudade,
Resistindo às modernices acústicas
Sopradas por um vento sem piedade!
Feita em madeira, e do além genuíno,
A casa do passado é o sincero refúgio
De quem procura em si mesmo o divino
O ensejo de um hodierno transfúgio.
Nesse abrigo, somos deuses da vida,
Fazemos reviver tudo o que já pereceu,
Sem artificialismo ou crença exigida!
O passado é um edifício incorruptível,
Menosprezado pelos falsos moralistas,
Ameaçado por um futuro cruel e punível!
Imagem meramente exemplificativa retirada algures do Google
Nota-extra: No penúltimo verso, aludimo-nos aos falsos moralistas do presente que, muitas vezes, ignoram o passado que pode afinal ensinar-nos muita coisa.
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