O Tudo do Nada
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
O tudo é esse nada colorido
De ilusões a que chamamos realidade:
O tempo corre
Não tem idade
Superintende a existência,
É um semi-deus indiferente
Que não exige qualquer crente.
E o tudo
Não passa de uma migalha
Oferecida a um sem-abrigo
Porque todos nós o somos
Viajando na incerteza
Sem qualquer escudo seguro.
A cada momento,
Há um portal para o nada
Esse nada que hoje é tudo
Para quem exige do nada
O fruto do tudo desejado.
Na verdade,
Ninguém vos disse
Que somos moinhos de vento?
Não moemos trigo,
Apenas os dias efémeros da vida
Até que um dia...
Até que um dia...
Nos tornaremos no próprio vento
Que sopra consoante
A aleatoriedade do tempo.
Imagem nº 1 - Um moinho presente na ilha de Porto Santo (arquipélago da Madeira).
Retirada de: retirada de: https://www.allaboutportugal.pt/.../moinhos-do-porto-santo
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