Mutações do Corpo Santo
(Soneto livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Quero-te tanto, corpo santo
Para me curvar ao teu reino
Onde és Verão sem manto
Escultora de dons sem treino.
O teu coração é o monte Vesúvio
E eu sou um habitante de Pompeia
Que padece de um grave infortúnio
O de não me aceitares na tua ceia.
Sombras e mais sombras perdidas
Bailando por detrás das cortinas
Vozes que ecoam sem ser retorquidas.
Quando der por ela, já será Inverno:
A tua pele, um glaciar da Gronelândia
E eu, um casto esquimó do interregno.
Imagem retirada do WikiArt
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