Silêncio Mendigo
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Sou o silêncio
Que não te apraz
Quanto te sentes só
Amparada apenas pelos teus pensamentos
E pelas súbitas pulsações
Que dispensas no horizonte vazio!
Não me vês,
Mas sentes-me,
Não me amas,
Mas queres-me a teu lado,
O teu não
É um sim camuflado
Preferes a razão às sensações
E o futuro está ali ao virar da esquina,
Bate-se uma porta,
Soltam-se uns murmúrios,
Alguém se aproxima,
Não, não sou eu,
Oxalá não seja,
O destino vetou o nosso romance:
Tu e eu somos sombras
Perdidas e carentes,
Silêncios que se cruzam
Nos ares da saudade,
Gritos reprimidos da noite fria
Paixões exiladas pela negação
Caminhantes de desertos longínquos,
Assim é, assim será
Até que o mundo se esqueça de nós!
Imagem retirada de: http://asemanacuritibanos.com.br/2.1170/a-sabedoria-do-silêncio-1.1989505
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