Sarcófago de Memórias
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Vistoriei as palavras do passado
Aprovisionadas num sarcófago imóvel
Que perpetua o meu ego retalhado
Subterfúgio soturno do turbilhão ignóbil.
Não fustigo os deuses da arte faustosa
Que me induzem em mil labirintos
Como se fosse uma alma engenhosa
Capaz de mergulhar em sonhos tintos!
Sou atraído pelo delírio ideológico plural
Arquivo o que penso e o que não penso
Carrego na mente um fardo memorial.
Se pudesse simplificar a existência
Talvez morreria pouco tempo depois
Porque não se vive sem penitência!
Fotografia retirada de Sapo Imagens
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