Mulher da Atlântida
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Num revirar de olhos
Tudo se desmorona
Templos, palácios e obeliscos!
Engolfado na narração trágica
Platão não se lembrou de ti
Nem do teu arco-íris
Que emanava as sete virtudes
Pelo povo atlante!
No momento, em que tratavas dos vasos
Cujas flores germinavam até aos céus
Subindo pelas paredes do teu lar,
Envergavas uma túnica de cetim
Manto inocente para o sacrifício colectivo
Ordenado por Poseidon!
Uma onda colossal omitiu-te do mundo
Furtou o teu sorriso contagiante
Que iluminava o planeta,
E o teu rosto amorenado
O artefacto mais belo
É agora um tesouro de um passado
Enterrado na espiral do oblívio!
Talvez sejas mais uma sereia
Perdida no harém do deus grego!
Quanto ao teu colar de pérolas
Reside hoje órfão de glória
Ocultado por entre as pedrinhas
De uma praia exótica das Bermudas.
Imagem meramente exemplificativa retirada de: https://mymodernmet.com/zofia-bogusz-sea-salt/
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