Fútil e Útil
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Hoje o que é fútil
Amanhã poderá ser útil
E vice-versa,
O mundo não nos pede coerência
Porque tudo muda
Nada é eterno!
Será fútil alimentar um amor impossível?
Será útil planear um futuro sempre aleatório?
Será possível manter uma opinião até à morte?
Não me peçam respostas,
Não sou um conselheiro divino
Nem um vendedor de ideologias
Ensinaram-vos muito do que é útil
E esconderam-vos o fútil, o desinteressante,
Mas estes antónimos são amantes à noite
E não é porque os opostos se atraem,
Um dia veremos a Lua, pela última vez,
A nossa individualidade se libertará
Dos turvos espelhos moralistas
Que a sociedade materialista esboçou
E depois…
Não sei, ninguém sabe.
Sinto-me o ignorante-mor da "utilidade fútil"!
Imagem meramente exemplificativa retirada do Google
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