A uma donzela da Idade Média
(Soneto de cariz "irregular" da autoria de Laurentino Piçarra)
Da outra vida, sinto o sopro da desilusão:
Inês, tu eras filha de um reputado duque,
E eu, um mero campónio, sem salvação,
Que em vão utilizou o amor como truque!
Reuniamo-nos às escondidas nos bosques,
Cantávamos música celta com dóceis toques
Bailávamos até às "entranhas" dos arbustos,
E o sol desmaiava nos nossos luares vetustos!
Os nossos corações palpitavam em sintonia,
Imunes a pestes ou terríficas emboscadas,
Indiferentes a complexos sádicos de baronia.
Mas a harmonia seria um dia comprometida:
O teu pai arranjar-te-ia um casamento nobre
Com um velho conde de mente enraivecida!
E eu, chorei a tua partida para o estrangeiro,
Despedi-me de ti nesse memorável miradouro
E lavei as lágrimas nesse mar mensageiro!
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