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domingo, 29 de novembro de 2015

Poema nº 148 - Os Desígnios da Liberdade


Os Desígnios da Liberdade
(Poema Livre da autoria de Laurentino Piçarra)

Atenas,
Berço da democracia,
Em ti, sobressaem as luzes da civilização
A iniludível coragem de afrontar a tirania
Os cintilantes faróis do pensamento moderno
Que dissipam as nuvens da ignorância!
Nessas estreitas ruas helénicas,
Repercutia-se a azáfama dos mercados e templos,
E emergiria o anúncio de um novo advento:
Um "credo" profetizado por Solón e Clístenes,
Dois reformadores que mudaram a História,
Plantando nos verdejantes jardins da sabedoria
As flores coloridas da soberania popular!
Assim nasceria a primeira faceta da Liberdade,
Que percorreria caminhos árduos e sinuosos
Até se enraizar na alma colectiva da Humanidade!
Ainda me lembro quando ela deixou de ser uma flor,
Para se transformar numa criança prodigiosa:
Numa jovem actriz que encantava nos anfiteatros gregos,
Protagonizando diversos dramas e tragédias,
Onde verteria lágrimas de sangue dos seus mártires
Que tombariam ao longo de séculos ou milénios...
Depois a Liberdade cresceu, e atingiu a maturidade,
Assumindo o extenuante ofício de general revolucionária:
Assim, em França, sob a pele de Joana D'Arc
Combateu a opressão dos invasores ingleses,
Em Portugal, inspirou Gomes Freire de Andrade
E até as aspirações destemidas de Humberto Delgado,
Na Pérsia, encarnou na força de um professor presbiteriano
Howard Baskerville, que lutou pelo triunfo da constituição!
Estes filhos da Liberdade morreriam pela sua causa,
Juntamente com muitos outros cidadãos anónimos
Só porque ousaram pensar por eles próprios!
Mas a sua passagem pela Terra não foi em vão,
Os seus sacrifícios percorrem hoje vários memoriais
E as suas recordações ainda alimentam cidades
Como Marselha, Paris, Porto ou Tabriz,
Que abraçaram os ideais históricos de justiça e igualdade
Como se tratassem de mandamentos religiosos!
Quanto aos mártires da ainda adulta Liberdade,
Bem sei que retornaram às origens;
São agora borboletas que procuram o néctar
Nas flores daqueles jardins puros e esplêndidos
Que abrigaram outrora a infância da Liberdade!




Imagem retirada de: http://www.cornerstone-group.com/

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