Marés de Outono
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Folhas caídas, nevoeiro sentido,
Barcos que voltam e desaparecem
Nas marés de um oceano aturdido
Memórias fúteis que prevalecem!
O vento abafa os gritos de revolta
E a alma não logra ser marinheira
Porque é mera guardiã sem escolta
Vítima de uma vaga de cegueira.
Muito do que sentira será apagado
Mandamento gélido dos nossos tempos
Borrifadores de um mundo pesado!
E as folhas voam e caem sobre o mar
Até se afogarem com os pensamentos
Construindo urbes submersas sem lar!
Imagem retirada de: radioconstanta.ro
Nota-extra: "Muito do que sentira será apagado" (claro que estou aqui a referir-me à alma humana).
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