Idiossincrasia Espontânea
(Poema livre da autoria de Laurentino Piçarra)
Não sei o que sou
Mas queria muito acreditar
Que sou diferente
Não me especifico só pelo ADN
Ou pelas impressões digitais
Como ainda sou um refugiado esquecido
Que aderiu a uma casta ideológica
Com princípios intocáveis
Ainda não inerentes aos partidos
Que tutelam o país.
Contudo não quero o poder
Que corrompe mentes saudáveis
E arruína o caminho do bem.
Almejo ser um banqueiro de sentimentos
Emprestar a felicidade sem juros
Travar a inflação da tristeza nos outros
Tornar a economia súbdita do amor
E que se dane toda a infinidade de euros:
Podem oferecê-los aos que nada têm
Honrando as vossas directrizes bíblicas.
Basta-nos o necessário para viver
E não exigir dos outros
Aquilo que nós não podemos oferecer.
É por isso que procuro sorrir a todos
Apenas vos posso doar isso!
Nunca traduzam a alegria em euros:
O que é natural ou espontâneo
Mesmo que de expressão parcimoniosa
Supera as extravagâncias do artificial
E quem doutrinar o contrário
Insere-se nesse colectivo social crescente
Que alienado pela arrogância e miopia
Deseja conquistar todo o universo
Sem antes cuidar da sua casa
Da sua floresta, do seu país, do seu planeta!
Gravura meramente exemplificativa retirada algures do Google Imagens
Sem comentários:
Enviar um comentário