Conteúdos do Blog

Nesta página electrónica, encontrará poemas e textos de prosa (embora estes últimos em minoria) que visarão várias temáticas: o amor, a natureza, personalidades históricas, o estado social e político do país, a nostalgia, a tristeza, a ilusão, o bom humor...

quarta-feira, 6 de março de 2019

Poema nº 328 - Cais da Alvorada


Cais da Alvorada
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)


Sei que tenho por aí um barco 
Não me perguntem onde o deixei
Porque todo o sal do mar é amargo
E as correntes, veredictos que enfrentei!

Não desafio que o encontrem por mim
Porque ele é filho do nevoeiro incerto
E não vos servirá para qualquer fim:
Ele só terá rumo se me tiver por perto. 

O barco preserva a sua alma esquecida
Mesmo que a sua madeira não me fale
Nos dias em que o seu cais cede à filosofia.

Sou mais um náufrago da maré agitada
Mas não sou o único capitão sem leme
Milhões procuram o navio da sua alvorada.




 Foto da autoria de Stefan Liebermman. Porto/Cais de Palafita - Comporta.

Sem comentários:

Enviar um comentário