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Nesta página electrónica, encontrará poemas e textos de prosa (embora estes últimos em minoria) que visarão várias temáticas: o amor, a natureza, personalidades históricas, o estado social e político do país, a nostalgia, a tristeza, a ilusão, o bom humor...

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Poema nº 12 - Bola Desvirtuada



Bola Desvirtuada
(Quadras da minha autoria)


Como correm loucos atrás dela,
É a venerada deusa do desporto 
Aquela que incessante gira na ruela
E que aos pobres traz alegria e reconforto!

Que júbilo! Gritam as torcidas amadoras
Os heróis circulam a bola com diversão
O piso é térreo e a chuva gera crispação
Mas aí sobressaem as virtudes purificadoras!

Não há dinheiro, tudo é motivado pelo lazer:
Amigos que fogem às banais rotinas diárias
Outros que constroem amizades no vencer,
Aqui não se vendem carreiras mercenárias!

Mas revoltado exclamo - violaram a pureza do futebol!
Quantos milhões se investiram em clubes e atletas?!
Maldito dinheiro que até subornastes a musa oval
E lhe subtraíste a eternidade, reconfigurando-a mortal!

A exemplar compaixão remeteu-se ao declínio:
Aquela criança africana que antes jogava à bola
Conheceu um trágico fim para o seu fascínio:
Pisou uma granada no campo que vidas desola!

O Pobre miúdo martirizado não foi notícia,
Enquanto os jogadores de milhões o são
Ou porque marcam muitos golos ou não
Na sua realidade que é afinal fictícia!

O futebol deveria contrair matrimónio com a poesia,
Cada golo equivaleria a uma rima popular:
Uma oferta humilde à deusa do romancear
Que suplica ao Sol que lhe sare a actual miopia! 





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