A Bicha das Sete Cabeças de Silvalde
(Poema da autoria de Laurentino Piçarra)
Numa terra de rurais,
O povo vivia do labor
Orava com claro temor
Depois dos diálogos triviais.
Em certa noite, ecoou a gritaria,
Tinha morrido o pobre Faria
Ceifado por um monstro invernal
Que propagava sua feição surreal.
Uma serpente de sete cabeças?!!!
Agora foi o coxo do Lino esmagado!
O Demónio profetizava sentenças
Que deixava o povo aterrorizado!
O padre Rodolfo entrincheira-se na Igreja,
A mocidade encontra-se fascinada
Por este ser vil que habilmente rasteja
Acentuando sua herança desafortunada!
Agora pereceu o Chico camponês
Desgraçado, ficou sem uma perna.
Maldita Hidra de Lerna que inferna
Este aglomerado trabalhador e cortês!
O povo decidiu esquecer as divisões,
Uniu esforços e as mesmas ambições
E, pela escuridão silenciosa, marchou
Buscando a segurança que paralisou!
Rumaram à ribeira de Rio Maior:
Um pescador morto flutuava,
A criatura originava todo o temor,
Até a respiração dos populares ofegava!
O ninho não deve estar longe
Avançam um pouco a nascente
Acompanhados pela oração dum monge
Que prega a inevitável morte oprimente.
Finalmente, uma cabana abandonada!
Tripulada por ninhos diabolizados
Os quais rodeados de crânios degustados
Apavoravam esta estrutura desertada.
Das suas visitas, a hidra logo se apercebeu:
Saiu e atacou o Sérgio humilde pescador
Que perdeu um olho com incrível horror,
A Marília, um dedo, logo perdeu!
O padre Rodolfo fugiu a gritar,
Mas Horácio, cavaleiro pujante,
Arribava à aldeia tumultuante
E acorreu à cabana sem pestanejar!
A luta foi cruel e assaz desesperante
Mas Horácio logrou decapitar
As sete cabeças da criatura inquietante
Cuja malévola elasticidade sabia explorar!
Imagem do Azulejo retirado de: http://fotos.sapo.pt/whomi/fotos/?uid=02irv9oEUEUhqZLWs8J8
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