O Comboio da Vitalidade
(Poema sem Rima da autoria de Laurentino Piçarra)
A vida é como um comboio,
Ora entramos ora saímos:
Nas estações da felicidade
Ou nos apeadeiros do abismo.
Opções acertadas ou arruinadas
Sentenciam os caminhos da humanidade,
Esboçam-se sorrisos e derramam-se lágrimas,
E cá estamos nós sentados na expectativa.
Quantas pessoas caem na ilusão
De aportar na paragem errada?
E outros que sobem vários degraus
Para cair estrondosamente de altura ímpar?
O trem acelera a alta velocidade,
A vida flui com assombrosa fugacidade,
Os meus dedos caducos começam a estremecer,
Antes de aperaltar os cabelos esbranquiçados.
Pretendia dispensar as rugas da sabedoria
Mas a minha face agora ressequida
Jamais rejuvenescerá como uma árvore centenária
Cujos galhos cumprimentam a turba de mortais.
Em cada paragem, várias amizades construí!
Já sei que quando o meu comboio parar,
Alguém o há-de visitar com coloridas flores
E consagrar a nostalgia ao meu eclipsar.
Não me atormenta a derradeira estação
Mas sim os maquinistas que nos conduzem,
Os que detêm um poder quase ilimitado
De restaurar ou não as glórias da nação.
Quadro da autoria de Maria Fumaça/Maurício Saraiva
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