Concha Viajante
(Soneto da autoria de Laurentino Piçarra)
Nas redondezas das rochas solitárias
Recolhi no areal uma concha mendiga
Arrastada pelas águas celibatárias
Naquele vaivém ondular que não definha.
Côncava sob forma de orelha esculpida,
Esbranquiçada como uma pomba migrante,
Ela outrora já exercera o papel de navegante,
Explorando as aleatórias profundezas da vida.
Mas agora jazia dormente naquela costa erma
Junto às pegadas sombrias sem coerência
Que perfaziam o iniludível vazio da existência.
Peguei nela e depositei-a na estante do quarto,
Ladeada de outras conhecidas companheiras
Naquele novo repouso após salgados desencontros.
Imagem retirada de: http://pt.forwallpaper.com/wallpaper/beauty-beautiful-landscapes-wallpapers-sand-beaches-shore-coast-231953.html
Sem comentários:
Enviar um comentário