A Triste Sina de Matias - o Conde Vaidoso
(Poema da autoria de Laurentino Piçarra)
Lá vai o Matias das manias,
Todo perfumado e cheiroso
Entra no seu carro luxuoso
E deixa a vivenda das utopias.
Fuma com exótico estilo
Julga-se íman da sabedoria
Difunde a sua sublime categoria
Com um egocentrismo tranquilo.
Um dia entrou num café,
Queixou-se do chá indigesto,
Da empregada de rosto funesto
E até da banalíssima ralé!
Exigia um tratamento especial:
Que à entrada lhe beijassem a mão
E lhe dedicassem uma elogiante canção
Porque era um conde primacial!
A manca Joaquina estava furiosa
E rematou com as seguintes palavras:
"Não beijo as mãos de vossa alteza,
Não vá contagiar a sua frustrante nobreza"
Logo se instaurou uma enorme altercação
E o conde Matias foi colocado num contentor,
Afirmando a pobre manca com total precisão:
"Nem o caixote de lixo merecia tal dissabor"!
Caricatura da autoria de Miguel Salazar
Retirada de: http://miguelsalazar.blogs.sapo.pt/
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