Tributo a Egil, o escaldo
(Quadras da autoria de Laurentino Piçarra)
Que espírito faz terrificar a escuridão
Correndo com o machado ensanguentado
E instrumentalizando runas para maldição
Nas montanhas do aguerrido fado?
É Egil, o guerreiro implacável
Imbuído dum feroz ego primitivo
Difusor dum olhar negro e depreciativo,
Radicado na sua robustez inviolável.
Oh! Que temperamento inacessível!
Ele lutava com expressa violência,
Aos inimigos não cedia clemência,
Mas versificava com perfeição impossível!
Num confronto bélico, seria por ti esmagado
No duelo da escrita, decerto humilhado,
És o precursor da rima contagiante
Que deixa o supremo Odin radiante!
Até Eric da Noruega se rendeu
Ao combatente da intelectualidade
Que homens glorificou e lágrimas verteu
Na sua caminhada de vital versatilidade.
A Lua canta a tua saga aventurosa
Marte ama-te como um filho,
Aliaste a matança ruim à escrita luminosa
E cultivaste o ambíguo no teu trilho.
Repousa agora na tranquilidade dos astros
Usufrui da harmonia poética universal
E escuta as ondas a declamar os teus versos
Aos castelos de areia, embevecidos pelo recital!

Desenho com a figura de Egil Skallagrimsson (910-990), guerreiro-poeta viking.
Direitos - Wikipédia
Retirado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Egil_Skallagrimsson
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